Fiz da Noite a Minha Alma
José Manuel Barreto
Fiz da noite a minha alma
Porque a escuridão acalma
O que em mim é tempestade
E quando se cala o vento
Cala-se o meu sofrimento
Só não se cala a saudade
Talvez não tenha o direito
De escolher com quem me deito
Quando a noite me esquecer
Mas ao menos, por agora
Sei que a noite está lá fora
Mas finjo não o saber
Não quero na minha cama
Mulheres tristes, de má fama
Que cobram pelo que dão
Se eu em troca de um amor
Dei a alma por penhor
P’ra salvar o coração
Só que ao ver-se desalmado
O meu coração, coitado
Diz que já não quer viver
E tristemente, ele aceita
Não escolher com quem se deita
Mas continua a bater
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