Laser

A Delicadeza e a Intensidade de 'Laser' por José Miguel Wisnik

A música 'Laser' de José Miguel Wisnik é uma obra poética que explora a dualidade entre a delicadeza e a intensidade das relações humanas. A letra começa com a imagem de uma 'gota pura', que pode simbolizar a pureza e a simplicidade de um sentimento ou de um momento. Essa gota, que vem 'pela veia do veio', sugere algo que flui naturalmente, como um sentimento que se desenvolve de maneira orgânica e inevitável.

A metáfora do 'diamante duro' que 'corta cristal pelo meio' introduz a ideia de algo precioso e ao mesmo tempo implacável. O diamante, com sua dureza e capacidade de cortar, pode representar a intensidade e a profundidade de uma relação que, apesar de bela, também pode ser dolorosa. A sequência de beijos que acordam e adormecem o eu lírico sugere a alternância entre momentos de conexão e distanciamento, refletindo a natureza cíclica das relações.

A expressão 'leva leve' e 'raio da leveza do laser' traz à tona a ideia de algo que é ao mesmo tempo leve e penetrante. O laser, com sua precisão e intensidade, pode ser visto como uma metáfora para a clareza e a força de um sentimento ou de uma verdade que, apesar de sua leveza, tem o poder de ferir. A última estrofe, 'Eu te firo / E você me fere / Como a luz nos fere com seu ser', encapsula a essência da música: a interdependência e a vulnerabilidade inerentes às relações humanas, onde a luz, símbolo de clareza e verdade, pode tanto iluminar quanto ferir.