Lenda das Rosas
José Pracana
Amor, desejo e luto em “Lenda das Rosas”, de José Pracana
“Lenda das Rosas”, interpretada por José Pracana com letra de João Linhares Barbosa, conta a lenda de dois jovens amantes “no amor contrariados” que morrem juntos e seguem amando “lá no além”. Da sua campa nascem duas roseiras “na mesma campa”: iguais na seiva, diferentes nas flores. As vermelhas remetem à “cor dos lábios onde o amor põe centelhas”, associadas a ele; as brancas são “as mãos puras, francas” dela. O vento entra como cúmplice, aproximando as flores para que “iam-se as rosas beijar”. Quando crianças se aproximam, as brancas “coravam”; já as vermelhas se fecham, marcando a fronteira entre inocência pública e desejo resguardado. O gesto repete-se “ao luar”, quando as rosas se tocam “tal qual os lábios dos noivos”.
No universo do fado, essa simbologia é clara e tradicional. A canção entrelaça amor contrariado, morte e continuidade afetiva, unindo inocência e desejo na mesma imagem. A memória coletiva legitima a lenda — “Dizem contos magoados”/“Toda a gente afirma e jura” — e dá autoridade ao relato. Como intérprete e estudioso do fado, José Pracana reforça o tom de tradição vivida: sua voz apresenta a história como um segredo que a comunidade observa, transmite e protege. Assim, natureza e sentimento se espelham: o beijo que a vida interrompeu retorna no impulso do vento, e a campa dos amantes vira o cenário permanente do vínculo que resiste ao tempo.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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