Falando Sozinho

Solidão e negação dos sentimentos em “Falando Sozinho”

“Falando Sozinho”, de José Rico, explora a dificuldade de lidar com sentimentos após o fim de um relacionamento. O personagem central tenta esconder sua dor e saudade, criando desculpas para comportamentos que evidenciam sofrimento, como “chorando à toa, falando sozinho, esbarrando nas pessoas”. Essas atitudes mostram o esforço em negar o amor não correspondido, mesmo quando os sinais de tristeza são claros. Esse tom melancólico e confessional é característico das músicas sertanejas, que frequentemente abordam temas de solidão e sofrimento amoroso.

As justificativas apresentadas pelo personagem, como “eu devo estar um pouco alto” ou “errei de endereço”, funcionam como mecanismos de defesa para não admitir sua vulnerabilidade, nem para si mesmo nem para a pessoa amada. A interpretação de José Rico intensifica esse sentimento de dor contida, já que sua voz e o estilo sertanejo são conhecidos por expressar emoções profundas. No trecho “de vez em quando, eu entro numa de brigar comigo mesmo e fico pelas ruas, vagando a esmo”, fica evidente a luta interna do personagem, que, apesar de tentar negar, não consegue escapar do sofrimento causado pelo amor perdido.