Deixa o Meu Cabelo Em Paz

Resistência e identidade em "Deixa o Meu Cabelo Em Paz"

Em "Deixa o Meu Cabelo Em Paz", José Roberto transforma a recusa em cortar o cabelo em um símbolo de resistência contra padrões conservadores dos anos 1960. A música vai além da questão estética e aborda o enfrentamento da juventude à repressão e ao preconceito. O verso “Até lá na escola já não posso estudar / Com meu cabelo grande o diretor não deixa entrar” mostra como a aparência era usada como justificativa para exclusão social e institucional, refletindo o contexto de uma época em que jovens eram marginalizados por expressarem sua identidade de forma diferente.

A letra também destaca o impacto dessas normas nas relações pessoais, como quando o pai da namorada proíbe o namoro por causa do cabelo “grande demais”. Isso evidencia como o controle sobre o corpo e a aparência serve para limitar a liberdade individual. Ao dizer “Sou jovem avançado, estou na onda, o que é que há”, José Roberto se posiciona como parte de um movimento de contestação, alinhado com outros artistas que defendiam a aceitação da própria identidade e a luta contra o preconceito. O refrão repetitivo funciona como um grito de autonomia, reforçando o direito de ser quem se é, sem ceder à pressão social.