Zé Cacilheiro

Identidade e pertencimento em “Zé Cacilheiro” de José Vianna

A música “Zé Cacilheiro”, interpretada por José Vianna, retrata a vida de um trabalhador do rio Tejo, destacando sua forte ligação com o rio e o cacilheiro, que representam não só seu trabalho, mas também seu lar e identidade. No trecho “O meu bairro é sobre as águas / Que cantam as sua mágoas / E a minha rua é o Tejo”, fica claro como o personagem se diferencia dos outros: enquanto muitos têm uma rua fixa, ele se sente parte do movimento e da vida do rio. Essa relação íntima com o Tejo reforça o orgulho e a dignidade de quem encontra sentido e realização em um ofício simples, mas essencial para a cidade.

A menção ao Cristo-Rei, em “Eu vi, ou então sonhei / Que os braços do Cristo-Rei / Estavam a abraçar Lisboa”, traz um simbolismo de proteção e união entre as margens do rio, sugerindo que o marinheiro faz parte de algo maior e acolhedor. Mesmo com o passar do tempo, como em “O cabelo branqueando / Mas o Tejo é sempre novo”, o personagem mantém sua conexão com o rio, que permanece renovado. A canção homenageia os trabalhadores dos cacilheiros e valoriza a simplicidade da vida cotidiana, marcada por afeto, saudade e orgulho de pertencer a uma tradição profundamente ligada a Lisboa e ao seu povo.