Flight Attendant

Conflito de identidade e busca por aceitação em “Flight Attendant”

Em “Flight Attendant”, Josh Rouse explora o impacto dos padrões de beleza e das expectativas sociais sobre a formação da identidade. A repetição de “I’m such a pretty boy” (“Sou um garoto tão bonito”) carrega uma ironia que revela o conflito interno do protagonista: ao mesmo tempo em que reconhece o rótulo, ele expõe a vulnerabilidade de quem sofreu bullying por ser considerado bonito. O contexto da música, ambientado no conservador “bible belt” (cinturão bíblico dos EUA), mostra que a aparência, longe de ser motivo de aceitação, tornou-se fonte de exclusão e medo. Isso fica claro quando o personagem admite crescer “so scared” (“tão assustado”) e se esforçar para agradar os outros: “Heaven knows the lengths I go to please them every day / They don’t even notice when I’m down” (“Só Deus sabe o quanto me esforço para agradá-los todos os dias / Eles nem percebem quando estou mal”).

A metáfora do voo aparece como símbolo de liberdade e desejo de escapar desse ambiente opressor. Trechos como “One day I’ll fly free / In the airplane / Where’s my seat? Where’s my champagne?” (“Um dia vou voar livre / No avião / Onde está meu assento? Onde está meu champanhe?”) expressam a esperança de encontrar um lugar onde possa ser aceito sem julgamentos. No entanto, o verso “I was stranded alone / In my southwest dream” (“Fiquei isolado sozinho / No meu sonho do sudoeste”) reforça a solidão do protagonista, mesmo diante da possibilidade de liberdade. Assim, “Flight Attendant” reflete sobre os desafios da autoaceitação e a dificuldade de superar as marcas deixadas pelo passado.