Blue

Amor inesperado e retorno em “Blue”, de Joshua Bassett

O título “Blue” joga com o duplo sentido de “out of the blue” (do nada) e da cor azul, que remete tanto ao céu aberto quanto a uma leve melancolia. Essa ambivalência guia a canção de Joshua Bassett, que transforma lembranças de “dead end love” (amor sem saída) em um achado simples e luminoso. O contexto reforça a virada: é o retorno do artista após mais de um ano e sua primeira parceria com a Plush Records, em uma balada pop guiada por guitarra sobre se apaixonar inesperadamente — ideia cristalizada em “And out of the blue, I fell for you” (E do nada, me apaixonei por você).

Na letra, cenas de introspecção e nostalgia — “Starin’ at the stars” (olhando para as estrelas) e “Skippin’ rocks” (jogando pedrinhas na água) — cedem lugar ao espanto doce de uma conexão casual em “a table for two” (uma mesa para dois), onde “spillin’ out my secrets” (despejando meus segredos) sinaliza entrega e vulnerabilidade. As imagens do céu, das nuvens — “Dancin’ on clouds” (dançando nas nuvens) — e das borboletas — “Butterfly chasing” (correndo atrás de borboletas) —, além do próprio “blue” (azul), sustentam leveza e encantamento. Já “My joyride, my sugar rush” (minha aventura, meu pico de euforia) expressa o impulso da paixão nascente, enquanto “fallin’ to pieces” (desmoronando) pode significar perder o controle de alegria ou admitir fragilidade. O arco é claro: de quem estava preso ao passado para quem ri, vira a noite — “We’ll stay up till’ noon” (vamos virar a noite até o meio-dia) — e pede sinceridade em “Kiss me like you mean it” (me beija como se fosse pra valer). O resultado soa íntimo, esperançoso e direto, combinando com o momento de recomeço do artista.