Jeremias 33

Cura e esperança em “Jeremias 33”, de Josué Fontes

Em “Jeremias 33”, de Josué Fontes, a promessa de Jeremias 33:3 vira fala direta de Deus ao ouvinte que sofre. A letra contrasta a ferida causada por “amigos entre aspas” com a constância do cuidado divino: enquanto alguém chora à noite e se sente perdido, Deus está “bem pertinho”, ouve o clamor e consola. As imagens reforçam esse cuidado: “derramar o bálsamo” sugere cura de feridas internas; “tem o milagre e a cura na palma da mão” indica poder e prontidão para agir; “Ele não esquece de você nenhum segundo” comunica presença contínua e segurança. É uma narrativa de dor, decepção e acolhimento, em que o abandono humano é confrontado pela fidelidade de Deus.

A virada chega quando a canção recita a promessa: “Então clama a Mim, te responderei e anunciarei coisas grandes que não conheces”, ligando o clamor ao anúncio de cura, paz e segurança. O refrão traduz isso em ação: “Deus tem o milagre certo / Ele é saída”, afirmando que, onde não há chance, Deus abre caminho e é “socorro” em meio à dor crescente. No desfecho, a repetição “Onde existe guerra/dor/miséria / terá paz” ecoa o contexto de Jeremias 33, que fala de restauração de ruínas, agora aplicado ao íntimo: “O Espírito Santo está curando o teu coração”. O sentido central é claro: diante da ferida e do abandono, a resposta de Deus é paz que sustenta, cura que restaura e segurança contínua.