Sou Fera

Força e vulnerabilidade feminina em "Sou Fera" de Julia Mestre

"Sou Fera", de Julia Mestre, explora a dualidade entre força e vulnerabilidade feminina. A canção apresenta uma mulher que, apesar de exibir uma postura forte e autossuficiente, revela também uma "aura mansa" e feridas internas. O refrão "Já, pra já! Tem que ser pra já" expressa a urgência de viver o presente, refletindo a intensidade e o ritmo acelerado da vida artística, especialmente durante as turnês, como Julia experimentou na despedida da Bala Desejo. Essa urgência mostra o contraste entre a energia exigida no palco e a solidão dos bastidores.

As metáforas animais, como "Sou loba, sou fera", "olhar de felina" e "poder de pantera", reforçam o instinto, a sensualidade e o poder, mas também sugerem uma defesa natural diante das dificuldades. O verso "Por trás das garras minha aura mansa" deixa clara essa dualidade: a força serve de proteção para uma essência sensível. Já a imagem "uivando pra Lua, lambendo a ferida" simboliza o processo de cura e a busca por conforto após momentos de exposição, mostrando que a vulnerabilidade persiste mesmo em quem parece indomável. O videoclipe, em que Julia recebe uma guitarra de uma figura inspirada em Rita Lee, destaca o empoderamento feminino e a renovação artística, marcando uma nova fase em que a artista assume sua força e sensibilidade.