Periquita (part. Bonde do Forró)

Duplo sentido e sátira social em “Periquita (part. Bonde do Forró)”

A música “Periquita (part. Bonde do Forró)”, de Juliana Bonde, se destaca pelo uso explícito do duplo sentido, com a palavra "periquita" funcionando como elemento central e provocativo. Embora o termo possa remeter ao pássaro, o contexto da letra e frases como “há muito tempo, eu tô doida pra dar” deixam claro o teor sexual e humorístico da canção. Juliana Bonde explora essa ambiguidade de forma aberta e irreverente, brincando com a expectativa do ouvinte ao alternar entre o literal e o sugestivo. Essa abordagem gerou polêmica, principalmente pela menção a figuras públicas e religiosas, como o padre Fábio de Melo. Após a repercussão negativa, a própria artista lamentou a citação, especialmente por conta de sua formação religiosa.

Além disso, a música faz sátira de celebridades e políticos, atribuindo a cada um características ou situações cômicas ligadas ao duplo sentido de "periquita". Exemplos disso aparecem em versos como: “Eu não vou dar pro Bolsonaro, ele pode metralhar minha periquita” e “Eu não vou dar para o Lula, ele pode roubar minha periquita”. Juliana utiliza estereótipos e polêmicas associadas a esses nomes para criar piadas, misturando crítica social, deboche e sexualidade. O tom leve e bem-humorado, junto à repetição do refrão e à interação com o público, reforça o clima festivo típico do forró, mas também evidencia o choque entre liberdade artística e valores tradicionais, como ficou claro nas reações negativas de setores religiosos e conservadores.