Constitución

Esperança e resiliência urbana em "Constitución" de Julio Franchi

A música "Constitución", de Julio Franchi, retrata a vida no bairro de Constitución, em Buenos Aires, destacando como a beleza e a esperança podem surgir mesmo em meio à violência e às dificuldades do cotidiano. O verso “No tenemos mucho / Pero somos un montón / Viendo el amanecer en Constitución” mostra a força da comunidade: apesar da falta de recursos, as pessoas se unem e compartilham momentos de esperança ao amanhecer. A estação ferroviária, mencionada na letra, simboliza um ponto de encontro e passagem, onde a vida segue seu curso mesmo diante do caos urbano, como em “Esta mierda es cine / Pero es violencia también / Apurada, regalada en el andén” (Essa merda é cinema / Mas também é violência / Apressada, entregue na plataforma). Esse trecho evidencia a mistura de rotina, pressa e episódios de violência que marcam o ambiente.

A canção também fala sobre resiliência e integridade diante das adversidades. Em “Crecí con las cicatrices / No vendí lo que no quise / Ni compré con infelices” (Cresci com as cicatrizes / Não vendi o que não quis / Nem comprei com infelizes), Franchi revela que, mesmo carregando marcas do passado, não se deixou corromper. O ônibus 39, citado em “Somos un montón de rotos / En el 39 con los sueños crotos” (Somos um monte de quebrados / No 39 com os sonhos gastos), representa um coletivo de pessoas desiludidas, mas que ainda encontram beleza no nascer do sol: “Que hermoso sale el Sol / Igual / No parece imposible” (Como o sol nasce bonito / Mesmo assim / Não parece impossível). Assim, "Constitución" equilibra realismo e melancolia com uma mensagem de esperança, mostrando que, mesmo em meio à dureza da vida urbana, há espaço para sonhos e força coletiva.