Metropole

A Melancolia Urbana em 'Metropole' de Júpiter Maçã

A música 'Metropole' de Júpiter Maçã é uma reflexão melancólica sobre a vida urbana e os desafios existenciais que ela impõe. A letra começa descrevendo uma metrópole envolta em fumaça prateada, com um céu cinzento e poluído. Essa imagem inicial já estabelece um tom sombrio e desolador, sugerindo uma crítica à degradação ambiental e à alienação que muitas vezes acompanham a vida nas grandes cidades. A repetição da frase 'I'm through' (Estou acabado) reforça um sentimento de exaustão e desencanto com essa realidade.

A expressão 'Weird years of existence' (Anos estranhos de existência) aparece repetidamente, indicando um período de vida marcado por estranheza e desconexão. A menção a uma 'primeira oração' e a um 'oráculo' sugere uma busca por sentido ou orientação em meio ao caos urbano. No entanto, a letra também questiona se a vastidão do universo ('The open area in the galaxy') é realmente um espaço de pertencimento para o eu lírico e seus relacionamentos, sejam eles amigos ou inimigos. Essa dúvida existencial é um tema recorrente na obra de Júpiter Maçã, que frequentemente explora a psicodelia e a introspecção em suas músicas.

Apesar do tom melancólico, há um momento de apreciação e conexão humana na letra: 'I like these times, I like your brain, I like your body, so good to feel insane' (Eu gosto desses tempos, eu gosto do seu cérebro, eu gosto do seu corpo, é tão bom se sentir insano). Esse trecho sugere que, mesmo em meio à confusão e ao desencanto, ainda há espaço para a beleza e a loucura compartilhada. Júpiter Maçã, conhecido por seu estilo musical que mistura rock psicodélico, tropicalismo e influências do rock dos anos 60, utiliza essa música para capturar a dualidade da vida urbana: ao mesmo tempo opressiva e cheia de momentos de conexão e insanidade criativa.