Triste Satan

A vulnerabilidade de Satanás em "Triste Satan" de k a m a i t a c h i

Em "Triste Satan", k a m a i t a c h i apresenta uma visão inusitada de Satanás, mostrando-o como uma figura vulnerável e melancólica. Logo no início, a imagem de "Satanás chorando no quintal" quebra a ideia tradicional do mal absoluto, revelando um lado humano e fragilizado do personagem. A frase "Somos a lesma e a vida é o sal" reforça o sentimento de sofrimento inevitável, sugerindo que a existência é marcada por dor constante e corrosiva.

A letra faz referências claras ao Jardim do Éden e à queda da humanidade, como em "Que lindo foi aquele jardim / Que tudo lá já se perdeu / Maldito fruto da serpente". Essas passagens conectam a perda da inocência à destruição do mundo. Imagens apocalípticas, como "A Lua sangra e o Sol também / Vermelho sangue é a cor do Mar", criam um clima de fim dos tempos. A menção ao "dia do juízo final" e ao arrebatamento reforça a separação entre os que serão salvos e os que ficarão, guiados por Satanás. O refrão "O mundo acabará, e arrebatará, pessoas vão voar / Mas nós vamos ficar, vamos cantarolar, a chama queimará / A trombeta tocará, Satã nos guiará" expressa resignação diante do destino sombrio, mas também uma aceitação do papel de "esquecidos" acolhidos por Lúcifer, chamado de "estrela da manhã".

O tom sombrio da música propõe uma reflexão sobre a condição humana, marcada pela tentação, pela perda e pelo julgamento. Ao retratar Satanás como triste e derrotado, k a m a i t a c h i sugere que até o mal é afetado pela decadência do mundo e pela solidão do fim dos tempos.