Vaidade

Hipocrisia política e crítica social em “Vaidade” de Kami Kam

Em “Vaidade”, Kami Kam faz uma crítica direta à hipocrisia política e à manipulação das massas. O artista evidencia como líderes exploram causas sociais para benefício próprio, como no verso: “A pauta negra tá na boca do senhor de engenho / Que no palanque fala e no off é desdenho”. Aqui, ele mostra que muitos políticos usam discursos de inclusão e justiça social em público, mas, nos bastidores, mantêm atitudes discriminatórias e interesseiras. O trecho “Do pobre explora a confiança pra vencer a eleição” reforça essa denúncia, mostrando como promessas são feitas apenas para conquistar votos, enquanto o objetivo real é manter o controle e a dependência, como em “O fato é que o estado te ajuda pra te oprimir / Na sua dependência é fácil pra te controlar”.

A música também critica o materialismo e a busca por status, destacando a efemeridade da vida e a perda de valores éticos. A metáfora “Se o peixe morre pela boca o ser humano é o quê? / Fisgado pela vaidade diz que isso é vencer” sugere que a vaidade é uma armadilha que leva à autodestruição moral. O refrão “Tudo é vaidade” faz referência à ideia bíblica de que tudo fora da conexão com o Criador é vazio e passageiro, reforçando a mensagem de que a verdadeira sabedoria está em reconhecer a transitoriedade das conquistas materiais. No final, a canção propõe uma reflexão sobre o que realmente importa, contrapondo a prosperidade injusta dos “ímpios” à luta dos justos, e destacando a desigualdade social e racial como parte desse ciclo de vaidade.