É o Poder

Afirmação e resistência em "É o Poder" de Karol Conká

Em "É o Poder", Karol Conká adota uma postura firme e desafiadora, deixando claro desde o início sua autossuficiência e determinação. A frase “É o poder, aceita porque dói menos” sintetiza essa atitude, mostrando que ela não apenas reivindica seu espaço, mas exige respeito de quem tenta subestimá-la. O verso “De longe falam alto, mas de perto tão pequenos” denuncia a hipocrisia de críticos que atacam à distância, mas não mantêm a mesma coragem pessoalmente. Esse tom direto reflete o momento em que a música foi lançada, quando Karol buscava se consolidar como uma das principais vozes do rap nacional, e ganhou novo destaque durante sua participação no BBB 21, reacendendo discussões sobre poder e protagonismo feminino.

A letra utiliza o "poder" como símbolo de conquista por mérito e coragem, não por concessão. Quando diz “O mundo é de quem faz, realidade assusta todos tão normais”, Karol aponta como a autenticidade e a ousadia incomodam quem se conforma com padrões. O trecho “Sociedade em choque, eu vim pra incomodar / Aqui o santo é forte, é melhor se acostumar” se conecta à estética afrofuturista do clipe, celebrando a força e ancestralidade negra e desafiando normas sociais. Ela também critica a superficialidade dos julgamentos virtuais em “Juiz de internet caga se espalhando feito peste”, destacando a toxicidade das redes sociais. No final, versos como “Quem foi que disse que isso aqui não era pra mim / Se equivocou / Fui eu quem criei, vivi, escolhi, me descobri / E agora aqui estou” reafirmam sua trajetória de superação e autonomia. O refrão repetitivo reforça o recado: Karol não se desculpa por ocupar seu espaço e não aceita ser diminuída, tornando "É o Poder" um hino de empoderamento, especialmente para mulheres negras.