Amalgama

A fusão criativa e livre em “Amalgama” de Kejaleo

O principal destaque de “Amalgama”, do Kejaleo, está na ausência de letras: a música é construída apenas com vocalizações leves e brincalhonas, o que reforça a ideia de mistura e liberdade criativa sugerida pelo próprio nome da faixa. Essa escolha artística reflete a proposta do grupo de unir flamenco e jazz sem se limitar a estruturas tradicionais, permitindo que emoção e energia fluam de forma espontânea. O uso de sílabas sem significado literal, como “sa-da-da-da”, cria uma atmosfera descontraída e universal, onde o foco está no ritmo, na melodia e na interação entre os músicos, mais do que em uma mensagem verbal específica.

O contexto do álbum “Alaire” e da formação do Kejaleo, composta por músicos experientes e contando com a participação de Rosalía no início de sua carreira, reforça essa intenção de experimentar e romper barreiras. “Amalgama” convida o ouvinte a sentir a música de forma intuitiva, destacando a fusão de estilos e culturas por meio do som puro. A leveza e o caráter lúdico das vocalizações sugerem celebração, improviso e alegria, transmitindo uma sensação de liberdade e criatividade, características marcantes tanto do jazz quanto do flamenco. Mesmo sem palavras, a faixa comunica a essência do encontro entre diferentes tradições musicais, exemplificando a proposta inovadora do Kejaleo.