All The Way Down

Entregando-se ao imprevisível em “All The Way Down” de Kelela

Em “All The Way Down”, Kelela usa a metáfora da montanha-russa para ilustrar a intensidade e a imprevisibilidade de um relacionamento. Quando canta “The only way to sum it up / Is falling roller-coaster rush” (“A única forma de resumir tudo / É uma queda de montanha-russa”), ela mostra como o amor pode ser vertiginoso, tirando o controle das mãos e tornando a vulnerabilidade inevitável. Esse sentimento é reforçado pelo contexto das relações modernas, em que altos e baixos são comuns e a entrega emocional pode ser arriscada. A artista deixa claro que se permite agir de formas inesperadas, como revela em “I’m doing things that I don’t do / So comfortable when I’m with you” (“Estou fazendo coisas que não costumo fazer / Tão à vontade quando estou com você”).

A música ganha ainda mais profundidade quando Kelela expõe suas dúvidas e o conflito entre razão e emoção: “Is my head in the way? / Cause my heart can't explain / Where we going now?” (“Minha cabeça está atrapalhando? / Porque meu coração não consegue explicar / Para onde estamos indo agora?”). O verso “Build it up, we tear down / Cared before but baby / Now I don’t give a fuck” (“Construímos, depois destruímos / Já me importei antes, mas agora / Não estou nem aí”) mostra que ela está disposta a se arriscar, mesmo sabendo das possíveis consequências. O refrão “All the way down / On a one way to you” (“Caindo completamente / Em um caminho sem volta até você”) reforça a ideia de entrega total, enquanto “take it in, stay with it” (“aproveite, fique com isso”) expressa o desejo de permanecer nessa conexão intensa. A sonoridade eletrônica e futurista da faixa contribui para a sensação de mergulho em algo novo, tornando a música um retrato sincero da vulnerabilidade e do desejo de se entregar por inteiro.