Yale

Poder, indiferença e excessos em “Yale” de Ken Carson

“Yale”, de Ken Carson, destaca-se por abordar temas como ostentação, dominação e indiferença emocional em um contexto de hedonismo e autodestruição. No verso “And she smart as fuck, I got this bitch straight out of Yale” (E ela é muito inteligente, peguei essa garota direto de Yale), o artista exalta a inteligência da parceira, mas também sugere uma relação de poder desigual, tratando a conquista intelectual dela como mais um troféu ou instrumento de controle. Ao mencionar Yale, uma universidade de elite, Ken Carson provoca ao mostrar que até pessoas consideradas inteligentes podem ser envolvidas em dinâmicas de submissão e manipulação.

O uso frequente de drogas aparece em “double cup, ho, I sip lean” (copo duplo, eu tomo lean), enquanto a referência à violência está em “got a glocky on my hip, and I'll blow this bitch just like a ref'” (tenho uma Glock na cintura, e vou disparar como um árbitro). Esses trechos reforçam um estilo de vida marcado pelo excesso, pelo risco e pela ausência de limites. O refrão repetitivo “Yale, Yale, Yale, Yale” funciona como um mantra, evidenciando a indiferença do artista diante das consequências de seus atos. Isso fica ainda mais claro em “give a fuck 'bout your mama crying, give a fuck 'bout that lil' bitch shedding tears” (não ligo pra sua mãe chorando, não ligo pra aquela garota derramando lágrimas), que revela frieza e desapego emocional. Já “20/20 my vision, but I swear this shit ain't been clear” (minha visão é perfeita, mas juro que nada está claro) sugere uma confusão interna, apesar da postura confiante. Assim, “Yale” expõe relações superficiais, desequilíbrio de poder e fuga por meio de vícios, tudo envolto em uma atitude desafiadora e sem remorso.