Stripper (part. Sevdaliza)

Empoderamento feminino e ressignificação em “Stripper (part. Sevdaliza)”

Em “Stripper (part. Sevdaliza)”, Kenia OS e Sevdaliza propõem uma releitura ousada da figura de Maria Madalena, tradicionalmente associada ao pecado, transformando-a em símbolo de poder e autonomia feminina. Ao repetir “Mary Magdalene, you're in love with a stripper” (Maria Madalena, você está apaixonada por uma stripper), a música desafia a visão convencional, colocando a stripper como alguém que controla sua própria narrativa, seu corpo e o ambiente ao redor. Sevdaliza reforça essa ideia ao descrever a faixa como uma celebração do “poder feminino bruto, sedução, sacrifício e sobrevivência”.

A letra alterna entre inglês e espanhol, ampliando o alcance da mensagem sobre a experiência feminina diante do desejo e do julgamento social. Trechos como “Romance is dead, get that check, check / Diamonds, clack, clack, throw that thing back” (O romance morreu, pegue esse dinheiro, dinheiro / Diamantes, clack, clack, jogue isso de volta) e “voy contando los billetes / Viste de Margiela, y él es el que se somete” (vou contando as notas / Ela veste Margiela, e ele é quem se submete) mostram a stripper como protagonista, dona do próprio desejo e do dinheiro, invertendo papéis tradicionais de submissão. O destaque para marcas de luxo e a contagem de dinheiro reforçam sua autonomia. Já versos como “Ella guarda el corazón, no quiere a ningún cabrón” (Ela guarda o coração, não quer nenhum idiota) indicam que, apesar da sedução, ela mantém uma barreira emocional, mostrando que o poder feminino também está na escolha de com quem se envolver. Assim, a música se apresenta como um manifesto de liberdade, sensualidade e autossuficiência, ressignificando arquétipos femininos e celebrando a complexidade da mulher contemporânea.