Cannibal

Empoderamento e ironia feminina em "Cannibal" de Kesha

Em "Cannibal", Kesha utiliza a figura do canibal como uma metáfora ousada para sua postura nos relacionamentos, misturando humor negro e empoderamento feminino. Ao repetir "I am cannibal (I'll eat you up)" (Eu sou canibal, vou te devorar), ela brinca com a ideia de "devorar" homens, não de forma literal, mas como uma mulher que domina, consome e descarta parceiros conforme sua vontade. Esse tom irreverente aparece também em versos como "I eat boys up / Breakfast and lunch / Then when I'm thirsty, I drink their blood" (Eu como garotos no café da manhã e no almoço, depois, quando estou com sede, bebo o sangue deles), exagerando a metáfora para criar impacto e diversão, sem perder o tom de sátira.

A menção direta a Jeffrey Dahmer – "I'll pull a Jeffrey Dahmer" (Vou fazer como Jeffrey Dahmer) – gerou polêmica, especialmente após a popularização do caso na mídia. Segundo a coautora Pebe Sebert, a referência surgiu por necessidade de rima, sem intenção de glamourizar crimes reais, mas para intensificar o exagero cômico da letra. O uso dessa imagem extrema reforça a ideia de que a persona da música é "perigosa" para os homens, ironizando o medo masculino diante de mulheres autônomas e ousadas. O sucesso viral da faixa no TikTok, anos depois do lançamento, mostra como o humor ácido, a autoafirmação e as referências pop de "Cannibal" continuam a atrair novas gerações, que se identificam com a irreverência e a liberdade de expressão presentes na obra de Kesha.