Angeles

Dor e saudade após o fim em “Angeles” de Kidd Voodoo

Em “Angeles”, Kidd Voodoo explora a dor e a saudade que permanecem após o fim de um relacionamento marcante. A metáfora central — “somos ángeles que se queman al pensar” (“somos anjos que se queimam ao pensar”) — expressa como as lembranças de um amor intenso podem se tornar dolorosas. Mesmo tendo vivido algo puro, o simples ato de recordar faz com que ambos sofram, como se fossem anjos condenados a se machucar ao reviver o passado. Esse simbolismo reforça o tom melancólico da música e reflete a luta interna do narrador para superar a relação, algo que o próprio artista já mencionou como inspiração para a canção.

A letra traz sentimentos de saudade, arrependimento e dificuldade de seguir em frente, evidenciados em versos como “Aún maldigo a ese día que juntó mi boca con la tuya” (“Ainda amaldiçoo o dia em que minha boca se juntou à sua”) e “Años para aprender a aguantar no poderte tener” (“Anos para aprender a suportar não poder te ter”). Imagens como “camino en el exceso de alcohol, choco con la pared” (“ando no excesso de álcool, bato na parede”) mostram a tentativa de anestesiar a dor e a sensação de estar perdido após a separação. Apesar de afirmar que as feridas o impulsionam a seguir, o narrador admite não ter superado o antigo amor, revelando a contradição entre o desejo de esquecer e a vontade de reviver o passado. Assim, “Angeles” se destaca como um retrato sincero da dificuldade de superar um amor inesquecível.