She Calls Me Daddy

Poder e identidade queer em "She Calls Me Daddy" de King Mala

"She Calls Me Daddy", de King Mala, questiona de forma direta as normas tradicionais de gênero e relacionamento ao adotar o termo "daddy" como símbolo de domínio e autoconfiança em um contexto queer. O verso “She might be your girl, but she calls me daddy” (“Ela pode ser sua garota, mas ela me chama de daddy”) destaca a inversão de papéis e a afirmação de poder feminino e não-binário, mostrando que a artista ocupa uma posição de destaque e controle na relação, mesmo diante de homens que tentam invalidar seu relacionamento. O uso de "daddy" tem duplo sentido: além da conotação sexual e de domínio, provoca a masculinidade tradicional ao mostrar que poder não é exclusivo de um gênero.

A letra explora temas como desejo, posse e liberdade, evidentes em versos como “She wears a collar with my name / Secretive but not ashamed” (“Ela usa uma coleira com meu nome / Discreta, mas sem vergonha”) e “But I never tie her down / They always come around” (“Mas eu nunca a prendo / Eles sempre aparecem”). Esses trechos sugerem uma relação baseada em confiança e autonomia, onde o vínculo é forte, mas não opressor. Segundo Areli Castro, a inspiração veio de situações em que homens tentavam seduzir suas parceiras, refletido na letra “She plays with the boys / But she comes home to me” (“Ela brinca com os garotos / Mas volta pra mim”), reforçando que a conexão principal é com a artista. A produção soul alternativa e a repetição de imagens de coroa, como em “my girl like the way I wear my crown” (“minha garota gosta de como eu uso minha coroa”), reforçam a fusão de elementos masculinos e femininos, celebrando a autenticidade e o empoderamento queer.