Tainá: Festa da Moça Nova
Klinger Araújo
A igara da noite
A Lua trazia subindo o camatiã
E em seu brilho suave espargia
Pingos de prata nos cabelos da cunha
A igara da noite
A Lua trazia subindo o camatiã
E em seu brilho suave espargia
Pingos de prata nos cabelos da cunha
É a hora, é o tempo
Da solidão, do confinamento
Da lunação, a vez primeira
O sangue Tikuna seu ventre molhou
Menina, moça, criança mulher
Para a vida despertou
No som da flauta, a dança do bambu
As velhas mulheres, na pelação
Mascarados e as cuias de paju-arú
D'orune, mito, universo e criação
No som da flauta, a dança do bambu
As velhas mulheres, na pelação
Mascarados e as cuias de paju-arú
D'orune, mito, universo e criação
No som da flauta, a dança do bambu
As velhas mulheres, na pelação
Mascarados e as cuias de paju-arú
D'orune, mito, universo e criação
Caíram as gotas de pratas
Tiradas uma a uma
Pelos dedos hábeis das antigas
Cabeça nua, as mãos amigas
Acalmando o sofrimento e a dor
É o clã mutum a dançar
É a nova mulher, Tayná
É a festa da tradição, a beleza da cor
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