It's On!

Culpa e autossabotagem em "It's On!" expõem vícios e excessos

"It's On!" do KoRn retrata de forma direta o ciclo de autodestruição vivido pela banda durante a gravação do álbum, marcada por festas intensas e abuso de substâncias. O verso “Save some for me, it's what I like / I wanna play, you know it's time” (“Guarde um pouco para mim, é do que eu gosto / Quero brincar, você sabe que é hora”) revela o desejo incontrolável por prazeres imediatos, refletindo o ambiente de excessos em que o grupo estava inserido. A repetição de “Come on! It's on!” (“Vamos lá! Está acontecendo!”) funciona como um chamado irresistível à tentação, mostrando como a entrega aos impulsos se torna quase inevitável e ritualística.

O conflito interno e a culpa aparecem em “You see it's my fault, angels stabbing me inside / Nothing changes, just rearranges, for me this time” (“Você vê, é minha culpa, anjos me apunhalando por dentro / Nada muda, só se rearranja, para mim desta vez”). A imagem dos “anjos” ferindo por dentro simboliza o peso moral e emocional das escolhas autodestrutivas, enquanto a sensação de estagnação reforça o ciclo vicioso do vício. Jonathan Davis, vocalista da banda, já relatou que precisou de cocaína para gravar os vocais, conectando a letra à experiência real de dependência e descontrole. Assim, a música se torna um retrato cru da luta interna, onde a tentação sempre prevalece e o ciclo de autossabotagem se repete.