What We Do

Conflitos internos e máscaras em "What We Do" do KoRn

"What We Do", do KoRn, aborda a luta interna marcada por frustração, desgaste emocional e a necessidade de manter aparências mesmo em meio ao caos. O verso “All my life is wreckless / All our lives are dangerous / But we fake our way through / That's what we do” (“Toda a minha vida é imprudente / Todas as nossas vidas são perigosas / Mas fingimos para seguir em frente / É isso que fazemos”) resume esse sentimento: apesar de viverem situações intensas e autodestrutivas, os personagens da música escolhem mascarar suas dores e continuar, sugerindo uma crítica à superficialidade das relações e à dificuldade de lidar abertamente com os próprios problemas. O contexto do álbum "The Paradigm Shift", que marca o retorno de Brian "Head" Welch, reforça essa atmosfera de conflito e transformação, refletindo mudanças pessoais e coletivas dentro da banda.

A letra também explora temas como traição e decadência, evidentes em “Betrayed, life is in decay / Your thoughts you cannot obey” (“Traído, a vida está em decadência / Seus pensamentos você não consegue obedecer”), ampliando a sensação de desilusão e perda de controle. O trecho “I hear the calling of the helpless stranger / He's all alone and no one hears his anger” (“Ouço o chamado do estranho indefeso / Ele está completamente sozinho e ninguém ouve sua raiva”) destaca a solidão e o isolamento, sentimentos que se intensificam diante da incomunicabilidade e do acúmulo de mágoas. A repetição de “We do” ao longo da música reforça a ideia de que fingir e sobreviver em meio ao caos é um padrão recorrente para quem se sente preso em ciclos de dor e autossabotagem. A intensidade da letra, junto ao contexto de reintegração da banda, faz de "What We Do" um retrato direto das batalhas internas que muitos enfrentam, mas raramente expõem.