Kashi Vishwaanaatha Gange

Dualidade de Shiva e transcendência em “Kashi Vishwaanaatha Gange”

A música “Kashi Vishwaanaatha Gange”, de Krishna Das, explora a dualidade presente na figura de Shiva, um dos principais deuses do hinduísmo. A letra destaca Shiva como “o aterrorizante quem devora o tempo” e, ao mesmo tempo, “o mais compassivo”. Essa combinação de opostos reflete a visão hindu de Shiva como destruidor do ciclo do tempo (samsara) e fonte de misericórdia e redenção espiritual. Os versos, inspirados no “Shiva Stuti” do Ramacharitamanasa, reforçam a ideia de transcendência ao afirmar que Shiva está “além do tempo, além de qualquer limitação, além dos desejos” e “além das palavras, do conhecimento e do mundo físico”.

O título e o refrão fazem referência direta a Kashi (Varanasi) e ao rio Ganges, lugares sagrados ligados à purificação e à libertação espiritual. Ao invocar “Kaashi Vishwaanaatha Gange”, a música homenageia o templo de Shiva em Varanasi e sugere que a presença divina está acessível a todos que buscam a transcendência. A repetição de mantras e a exaltação de Shiva como “Sem-forma” e “raiz do Omkar” reforçam a atmosfera meditativa e a ideia de unidade e absoluto no hinduísmo. Dessa forma, a canção convida o ouvinte a contemplar a natureza ilimitada do divino e a buscar a libertação por meio da entrega e do respeito ao sagrado.