UM QUEBRADA (part. Kayin)

Identidade e resistência periférica em “UM QUEBRADA (part. Kayin)”

Em “UM QUEBRADA (part. Kayin)”, Kyan e Kayin abordam de forma direta o preconceito estrutural enfrentado por quem vem da periferia. O verso repetido “independente da condição polícia sempre vê um quebrada” destaca como, mesmo após conquistas materiais, o estigma social persiste. A música evidencia que, para muitos, a origem periférica é vista antes de qualquer realização, reforçando a crítica à discriminação e à marginalização.

A valorização da lealdade e da família aparece em versos como “eu faço pela minha família / eu mantenho a minha lealdade”, mostrando que o sucesso só tem sentido quando compartilhado com os seus e sem perder as raízes. O fato de Kyan e Kayin serem irmãos e compartilharem vivências na Baixada torna a música ainda mais pessoal, especialmente quando mencionam perdas familiares, como a morte da mãe, e fazem referência ao “Tavinho”. A letra mistura relatos de superação, críticas à ostentação vazia e à busca por status, além de ressaltar a importância de manter a mente “blindada” diante das dificuldades. O termo “quebrada” é usado como símbolo de orgulho e resistência, mostrando que, apesar das adversidades e do olhar discriminatório da sociedade, a autenticidade e a conexão com a comunidade são inegociáveis.