VILÃO DA MÍDIA (remix) (part. Yuri Redicopa e Meno Saaint)

Confronto e ostentação em “VILÃO DA MÍDIA (remix)” de Kyan

“VILÃO DA MÍDIA (remix)”, de Kyan com participações de Yuri Redicopa e Meno Saaint, aborda de forma direta a ostentação e a vivência na periferia, sem suavizar as imagens ou esconder o lado polêmico da trajetória dos artistas. O título já indica a postura dos rappers: eles se reconhecem como “vilões” aos olhos da mídia, assumindo o papel de quem é julgado e marginalizado, mas também de quem não se importa com esse julgamento. Essa atitude reflete o contexto do rap e do funk brasileiro, onde ostentar dinheiro, carros, marcas de luxo e festas é tanto uma resposta à exclusão social quanto uma afirmação de identidade e conquista pessoal.

A letra mistura referências explícitas ao luxo — como “Gucci, Armani, bandido dos bom” e “Cîroc, cinco puta de quatro na minha frente” — com a realidade da quebrada, mostrando que o acesso a esse universo é fruto de luta e esperteza, não de privilégios. O verso “De onde eu vim, nóis fabricamo os craques / De todas as formas e todos os sentidos” faz um jogo de palavras entre “craque” como jogador de futebol e como referência ao tráfico, ilustrando os diferentes caminhos e desafios enfrentados por quem vem da periferia. O tom sexualizado e a objetificação das mulheres, presentes em vários trechos, refletem tanto a cultura do funk quanto a busca por poder e prazer imediato, reforçando a imagem de sucesso e transgressão dos artistas. No fim, a música apresenta um retrato sem filtro da vida de quem cresceu à margem, conquistou espaço e faz questão de mostrar que não deve satisfações à mídia ou à sociedade.