Burnt Norton (Interlude)

A Reflexão Temporal de Lana Del Rey em 'Burnt Norton (Interlude)'

A música 'Burnt Norton (Interlude)', interpretada por Lana Del Rey, é uma obra que mergulha profundamente na contemplação do tempo e sua natureza enigmática. A letra é uma adaptação de um trecho do poema 'Burnt Norton', o primeiro dos 'Quatro Quartetos' de T.S. Eliot, um poeta modernista renomado. A escolha de Del Rey em incorporar esses versos em sua música revela uma conexão com temas de memória, possibilidade e a intersecção entre passado, presente e futuro.

A letra começa com a ideia de que o tempo presente e o tempo passado podem, de alguma forma, coexistir no tempo futuro, sugerindo uma visão não linear do tempo. A repetição da frase 'All time is eternally present' (Todo tempo é eternamente presente) ressalta a noção de que o tempo é uma constante, e que o passado influencia o futuro, enquanto o futuro já está contido no passado. A música reflete sobre a natureza abstrata do 'que poderia ter sido', que permanece como uma possibilidade perpétua, existindo apenas no reino da especulação.

A imagem final dos 'Footfalls echo in the memory' (Passos ecoam na memória) até 'Into the rose-garden' (No jardim de rosas) evoca uma sensação de nostalgia e a consciência de caminhos não percorridos e oportunidades não realizadas. A referência ao jardim de rosas pode ser interpretada como um símbolo de beleza e perfeição inatingíveis, um lugar idealizado que nunca foi verdadeiramente explorado. A música, portanto, convida o ouvinte a refletir sobre a complexidade do tempo e a importância das escolhas que fazemos, ou deixamos de fazer, em nossas vidas.