Ego

Reflexão sobre autossabotagem e vulnerabilidade em “Ego”

Em “Ego”, Lauren Jauregui aborda a autocrítica e os padrões recorrentes em seus relacionamentos. Ela se vê como alguém que impulsiona o crescimento dos parceiros, mas acaba deixando de lado suas próprias necessidades emocionais. Isso fica claro no verso “I guess that psychic was right when he told me that I was a maker of kings” (Acho que aquele vidente estava certo quando me disse que eu era uma criadora de reis), referência direta a uma leitura psíquica que inspirou a música. Jauregui assume o papel de quem ajuda o outro a evoluir, mas sente que não recebe o mesmo apoio, como mostra em “I've helped to build all these castles that were never home” (Ajudei a construir todos esses castelos que nunca foram um lar). A imagem dos castelos representa conquistas ou relacionamentos idealizados que, no fim, não trazem pertencimento ou segurança emocional.

A canção também discute a dificuldade de se abrir emocionalmente, tanto dela quanto do parceiro. Isso aparece em “You can't deliver the things that you promised if you're always guarded” (Você não pode cumprir o que prometeu se está sempre na defensiva) e “I can't deliver the things that I promised if I'm always guarded” (Eu não posso cumprir o que prometi se estou sempre na defensiva). Jauregui mostra como o ego — entendido como orgulho ou medo de se machucar — impede uma conexão verdadeira. O refrão, ao pedir “lay down your ego and say how you want it” (deixe seu ego de lado e diga como você quer), expressa o desejo de honestidade e vulnerabilidade. No fim, “Ego” é um convite ao autoconhecimento e à busca por um relacionamento onde ambos possam ser sinceros sobre seus sentimentos, sem se esconder atrás de defesas ou expectativas irreais.