Pitoco
Leandro Moreira & Gabriel
Falando como o poeta que fazia a escola da viola, violão e versos
Nesta história de outros dias, na linguagem do povo deste chão
Pra ouvir esta prosa direito não precisou abrir nem jornal
Foi aqui nesta terra que é roxa principiando os tempos de natal
Eu não vou falar de brincadeira, nem tão pouco estou falando mal
Vou mostrar como a história se inverte e o bem ultrapassando mal
Numa noite fria e chuvosa pra seguir a ordem do patrão
De sumir com o cãozinho Pitoco que dormia na repartição
Este animal não tinha dono mais tinha muita estimação
Foi jogado em outra cidade, confirmando um destino de cão
Veja só como a história se inverte não adianta por ponto final
Foi voltando pra cada de novo enfrente a chuva e o vendaval
Numa estrada muito perigosa sem acostamento e demarcação
N'outro dia de manhã bem cedo já estava na repartição
Quando o capataz viu o cachaço quase achou que era uma assombração
Foi saindo de cabeça baixa reportar a notícia pro patrão
Nessa hora o povo já sabia, quebrou-se o silencia e a descrição
E quem estimava o cãozinho foi atrás de uma explicação
Se achavam que não tinha dono lhe faltavam a base da verdade
Esse bicho foi dado por Deus e é presente na comunidade
Se o nervo estava a flor da pele não faltaram gestos e nem a discussão
A confiança ali caiu por terra, tinham que tomar a decisão
Vejam só como a história se escreve: É o bem ultrapassando o mal
O cãozinho que não tinha casa faturou um presente de natal
Hoje dorme em cama tranquila com amor e com dedicação
E aqueles que tem malvadeza, entenderam o destino de cão
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