Olodum, Força Divina / Deus Do Fogo Da Justiça

Resistência e ancestralidade em “Olodum, Força Divina / Deus Do Fogo Da Justiça”

A música “Olodum, Força Divina / Deus Do Fogo Da Justiça”, de Leci Brandão, valoriza a ancestralidade afro-brasileira ao unir referências históricas africanas e elementos das religiões de matriz africana, especialmente o candomblé. A letra menciona figuras como Ranavalona I, rainha de Madagascar, e Radama I, rei responsável por reformas no país, conectando a canção à valorização da história africana e à resistência cultural. Ao citar “Malgaxe culto soberano” e “Hanavalona rainha primeira / Derradama revolucionou”, Leci Brandão destaca a importância dessas lideranças na construção de uma identidade negra forte e orgulhosa, reforçando seu compromisso em exaltar as raízes africanas e promover a conscientização sobre a herança cultural afro-brasileira.

O Olodum aparece como “força divina da fonte da vida”, sendo mais do que um grupo cultural: é símbolo de resistência, poder e celebração da cultura negra. A repetição de “O que vai vai, o Olodum” e os agradecimentos a Donatela, Ara Ketu e Salvador reforçam a ideia de coletividade e reconhecimento das contribuições de diferentes grupos e regiões para a cultura afro-brasileira. Na segunda parte, a música faz referência ao orixá Xangô, chamado de “Deus do fogo da justiça”, e à nação Ketu, uma das principais do candomblé, destacando a espiritualidade e a busca por justiça como pilares dessa tradição. Expressões como “Kaô, me valha / Sou Ketu, a nação mais odara” evidenciam o orgulho, a reverência à ancestralidade e a força espiritual, que são centrais na mensagem da canção.