Alzira e a Torre

Alzira e a Torre: Uma Jornada Poética e Reflexiva

A música 'Alzira e a Torre' de Lenine é uma obra rica em metáforas e simbolismos, que nos convida a refletir sobre a realidade e a fantasia, o presente e o futuro. A personagem Alzira é apresentada em diferentes cenários, cada um carregado de significados profundos. A Torre Malakof, um ponto histórico do Recife, serve como pano de fundo para a introspecção de Alzira, que, ao beber vodka, percebe a fragilidade do mundo ao seu redor, simbolizada pelo afundamento do chão da cidade.

A Rua do Hospício, onde Alzira cria um jardim no meio do asfalto, representa um ato de resistência e esperança em meio ao caos urbano. A busca por um 'paraíso distante' sugere uma fuga da realidade ou a procura por um lugar melhor, onde Alzira possa encontrar paz e realização. A repetição da pergunta 'Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim?' reforça a incerteza e a busca incessante por algo além do tangível.

A letra também aborda a espiritualidade e a crença em algo maior, com Alzira rezando na 'igreja de são ninguém'. Esta imagem pode ser interpretada como uma crítica à falta de fé ou à busca por uma espiritualidade pessoal e única. A visão de Alzira sobre o futuro, onde ela 'zerou seu futuro' e se escondeu no 'escuro do furacão', sugere uma antecipação de mudanças drásticas e revoluções, tanto pessoais quanto sociais. A metáfora do mar derrubando o dique e invadindo a cidade pode ser vista como uma representação das forças incontroláveis da natureza e da vida, que inevitavelmente transformam tudo ao seu redor.