Sonhei

Viagem interior e liberdade em “Sonhei” de Lenine

Em “Sonhei”, Lenine transforma experiências pessoais em uma jornada sensorial que mistura realidade e imaginação. A letra apresenta imagens marcantes como “mar de cristal”, “céu de Lisboa” e “mares de Espanha”, que remetem a uma viagem introspectiva e à liberdade dos sonhos, onde tempo e espaço deixam de ser barreiras. Esses elementos sugerem que o sonho funciona tanto como refúgio quanto como ferramenta de autoconhecimento, permitindo ao narrador se perceber “tão singular” e, ao mesmo tempo, “plural”, destacando a multiplicidade de experiências e identidades que os sonhos podem revelar.

A atmosfera contemplativa da música se destaca em versos como “E eu olhando a vida olhar pra mim” e “E eu rogando ao tempo: Me perdoa”, que expressam uma busca por sentido e reconciliação com o passado. As referências geográficas e culturais, como “água de Goa” e “céu de Lisboa”, ampliam o significado da canção, conectando o íntimo do narrador a um universo mais amplo, onde “um país maior que uma pessoa” simboliza a ideia de que os sonhos ultrapassam limites individuais. No final, “E eu cantando a Deus e indo embora” transmite uma entrega tranquila ao desconhecido, encerrando a música com uma sensação de aceitação e continuidade, característica da poética de Lenine.