Se Não For Amor, Eu Cegue

O poder transformador do amor em “Se Não For Amor, Eu Cegue”

A música “Se Não For Amor, Eu Cegue”, de Lenine, explora como o amor pode transformar completamente a forma como enxergamos a vida. O verso-título, “se não for amor, eu cegue”, vai além de uma declaração romântica: ele mostra que, sem amor, tudo perde o sentido, a ponto de o eu lírico preferir não enxergar a realidade. Esse sentimento é reforçado por imagens como “pinga gota a gota o sentimento / que escorrega pela veia e vai bater no coração”, que ilustram o amor como algo que se infiltra de maneira natural e inevitável, mudando o estado emocional de quem o sente.

O contexto do álbum “Chão”, marcado por uma sonoridade minimalista e intimista, intensifica a atmosfera delicada e introspectiva da letra. Trechos como “acelera a asa do sorriso / muda o colorido, vira o ponto de visão” mostram como o amor altera a percepção do mundo, tornando tudo mais vivo e significativo. A metáfora da “comporta da represa” aberta representa uma transformação interna, em que sentimentos antes contidos passam a fluir livremente, levando a um estado de encantamento onde “tempo deixa de existir”. Ao dizer “eu fico cego por ti”, Lenine reforça que o amor é tão intenso que se torna o centro da existência, ofuscando qualquer outra razão ou direção.