Sônia (Sunny)

Irreverência e desejo juvenil em "Sônia (Sunny)" de Leo Jaime

"Sônia (Sunny)", de Leo Jaime, chama atenção por transformar uma clássica canção romântica em um relato direto e bem-humorado sobre os desejos e confusões sexuais da juventude. Inspirado por uma experiência pessoal frustrada ao tentar impressionar uma garota, Leo Jaime opta por uma abordagem ousada, misturando paixão, desejo e situações constrangedoras típicas da adolescência. O verso “Não fica me excitando que eu tô de sunga” já define o tom descontraído da música, brincando com o constrangimento masculino em situações públicas e sugerindo o desejo sexual de forma explícita, algo raro para a época.

A letra utiliza duplos sentidos e referências sexuais claras, como em “eu transo cunnilingus e sexo anal” e “eu só quero te comer, não quero compromisso”, abordando temas que levaram à censura da música e do álbum. O humor aparece ao tratar a masturbação e o desejo de maneira aberta, como em “é por você que eu me masturbo / Pensando em você me vem a sensação / Sem perceber, eu tô com o tal na mão”. O trecho do “trenzinho” também traz conotação sexual, mas é apresentado de forma leve, reforçando a mistura entre brincadeira e desejo. No final, a música escancara a separação entre amor romântico e desejo carnal, ironizando a própria declaração de amor: “Sônia, meu amor, eu te amo”. Assim, "Sônia (Sunny)" marcou o rock brasileiro ao desafiar tabus com honestidade e irreverência, conquistando o público por sua abordagem direta e divertida.