Guarani
Leonardo Charrua
Quem sou eu
Que persegue a tarde enrubescida
Quem desperta a flor adormecida
Entre o silvido da flauta dos juncais
Quem sou eu
Que moldou-se ao veio das lonjuras
Afluente das aguadas puras
Seiva maduro que habita os ervatais
Guarani
Sou a própria natureza santa
Sou o grito que vem da garganta
Clamando amores aos homens de consciências
Guarani
Sou poeira, rastro e sentimento
Sou pulsar da vida em movimento
Lunar e terra, tempo e reminiscência
Guarani
Sou ternura que provem dos ninhos
Sou luzeiro que se fez caminho
Semente bugra, onde brotou querência
Cantem cantores em nome da minha raça
Cantem poetas, payadores em nome do meu povo
E que se calem os medíocres e os infames
Quando anunciarem o meu nome
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