120, 150, 200 Km Por Hora

Solidão e fuga emocional em “120, 150, 200 Km Por Hora”

Em “120, 150, 200 Km Por Hora”, Leonardo utiliza a aceleração progressiva como símbolo de uma fuga não só física, mas também emocional. Os versos “O ponteiro marca 120”, “Estou a 140, fugindo de você” e “a 200 por hora” mostram como o personagem tenta escapar de lembranças dolorosas, aumentando a velocidade na esperança de deixar para trás sentimentos difíceis. Essa busca por evasão se intensifica à medida que a velocidade cresce, revelando um desejo cada vez mais desesperado de afastar-se do sofrimento.

A estrada e a velocidade representam a solidão e o vazio existencial do personagem. Trechos como “Vivo fugindo sem destino algum / Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum” e “Sinto um vazio imenso / Estou só na escuridão, a 180” deixam claro que, apesar da fuga constante, não existe um destino real, apenas o movimento contínuo para evitar encarar a própria dor. O tempo parece passar mais rápido, como em “Tudo passa ainda mais depressa / O amor, a felicidade, o vento afasta uma lágrima”, sugerindo que, ao tentar fugir do sofrimento, o personagem também perde momentos de alegria. O desfecho, com “Vou parar de pensar em você e vou prestar atenção na estrada”, mostra uma tentativa de retomar o controle, mas ainda marcada pela incerteza e solidão, reforçando o tom melancólico da música. A regravação por Leonardo, originalmente lançada por Roberto Carlos, destaca como esse tema de escapismo e introspecção permanece atual em diferentes gerações.