Brincadeira Tem Hora

Compromisso e limites no amor em “Brincadeira Tem Hora”

Em “Brincadeira Tem Hora”, Leonardo transforma o título em um código de convivência afetiva: curtir é válido, mas existe limite para não ferir. Lançada em 2003, a canção expõe o conflito logo de cara, com pedidos diretos como “Vê se fala sério” e “Chega de história”. O narrador deixa claro o que quer: “Tô afim de ter um compromisso / E você só afim de curtição”. Enquanto ela prefere a leveza do “ficar” e a companhia da galera, ele sente a solidão e busca estabilidade — “Quando eu digo que te amo / Quer ficar comigo e só ficar não me interessa”. O refrão reforça a necessidade de sinceridade e respeito, como em “Menina, eu não sou de ferro”, que revela vulnerabilidade e exige consideração.

As imagens da letra servem para marcar fronteiras. “Brincadeira tem hora” legitima a descontração, mas exige seriedade “na hora de amar”; “não sou de ferro” derruba a ideia de homem imune; “eu não sou o seu brinquedo” denuncia objetificação; e “deixa de pisar na bola” aponta deslize de respeito. As emoções aparecem sem rodeios: frustração em “Não invente brincadeiras com meu coração” e “Pare de ficar brincando”; solidão em “Enquanto você tá no meio da galera, eu tô na solidão”; e desejo de compromisso em “Quero tanto te amar e desvendar os seus segredos”. A repetição funciona como lembrete: “A gente pode até brincar / você tem que falar sério” e “Menina, eu não sou de ferro” transformam o limite em regra — carinho sem compromisso, ali, não serve.