Liguei Pra Dizer Que Te Amo (part. Eduardo Costa)

Noite em “Liguei Pra Dizer Que Te Amo (part. Eduardo Costa)”

Em “Liguei Pra Dizer Que Te Amo (part. Eduardo Costa)”, Leonardo encena a ligação na madrugada como um ritual para simular presença e acalmar a solidão. O narrador admite a insônia em “Já é tarde, é quase madrugada, não dormi” e recorre a comandos carinhosos — “Abrace o travesseiro”, “Vá dormir”, “Agora já que ouvi posso sonhar” — para criar intimidade apesar da distância. A voz ao telefone vira um corpo provisório. Ele precisa ouvir e ser ouvido para descansar, e convida a outra pessoa a entrar no mesmo acalanto, mesmo “agora tão distante sem amor”. O resgate de “os momentos mais felizes que passamos” e a hipérbole “se eu morrer irá morrer junto comigo” reforçam a ideia de vínculo inseparável e embutem um pedido de reconciliação.

As imagens são concretas e funcionam como ponte: travesseiro e “calor” substituem o abraço; “sonhar”, “paraíso” e “infinito” criam um lugar ideal onde o tempo não separa. “Eu louco por você e você louca por mim” explicita a reciprocidade que contrasta com o afastamento. Na regravação de Leonardo com Eduardo Costa no projeto “Cabaré”, o dueto espelha esse desejo mútuo, como se dois lados se chamassem à mesma hora. Vinda do repertório clássico de Alan & Aladim — composição de J. A. Longo, Aladim e Mont’alve —, a canção preserva sua essência romântica e melancólica: a ligação noturna funciona como consolo, pedido de volta e fantasia compartilhada, transformando a ausência em presença até o sono chegar.