Rei do laço
Leôncio e Leonel
Cururu
Comprei um burrão ligeiro das orelhas entesouradas
Pra ser o meu companheiro no transporte de boiada
Um areio cutiano, um par de espora prateada
Um laço de doze tentos
No meu burrão corta vento não deixou boi de arribada
Lá nos campos de Goiás já fui peão afamado
No manejo do cipó também fui respeitado
Pra negociar uma boiada eu sempre fui procurado
Em toda compra que eu faço
Eu assino rei do laço assim fui apelidado.
Certa vez no porto quinze um gado estava embarcando
Escapou um pantaneiro do casco firme e leviano
Joguei meu burrão em cima meu laço saiu girando
Lacei o boi de pealo
Meu burro afirmou o estalo, trouxe o bicho arrastando.
Viajo de norte e sul deste meu Brasil adorado
Passo o mês atravessando por fronteira de estado
Deixando em toda cidade um coração magoado
Mas o que eu penso primeiro
Que vai ser bom boiadeiro nunca pode ser casado.
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