Só Pra Mim (On My Own)

Solidão e fantasia em "Só Pra Mim (On My Own)" de Les Misérables

"Só Pra Mim (On My Own)", interpretada por Éponine em "Les Misérables", explora de forma clara o contraste entre a fantasia e a realidade do amor não correspondido. A personagem cria um mundo imaginário onde pode viver o romance que tanto deseja com Marius, mesmo sabendo que ele ama outra pessoa. Isso aparece em versos como “Só pra mim, eu finjo que ele chega / São pra mim, as flores que ele trouxe”, mostrando que todos os gestos de carinho existem apenas em sua mente. Essa construção revela a solidão de Éponine e a necessidade de se apegar a ilusões para suportar a ausência do amado.

O contexto do musical aprofunda esse sentimento: Éponine tem plena consciência de que seu amor por Marius é unilateral, e a canção se transforma em um retrato sincero do amor platônico. A melancolia fica evidente quando ela admite: “Mas eu sei, que é tudo só em mim / Só pra mim, é que eu confesso esse amor”, reconhecendo que seu sentimento é secreto e não será correspondido. A repetição de “Eu o amo” no final reforça a intensidade e a persistência desse amor silencioso. Assim, a música não apenas expressa a dor de Éponine, mas também se conecta com qualquer pessoa que já viveu um amor em silêncio, tornando-se universal ao abordar desejo, fantasia e resignação diante da solidão.