Humanos

Conflito interno e resiliência em "Humanos" de LetoDie

A música "Humanos", de LetoDie, aborda de forma direta a tensão entre vulnerabilidade e resistência. O artista deixa claro que sentir medo faz parte da experiência humana, mas recusa a ideia de pedir piedade, como mostra o verso “homens como eu morrem cedo / nunca cedem”. LetoDie encara a dor como algo inevitável, sem tentar suavizá-la ou romantizá-la. Sua postura desafiadora aparece em frases como “sigo a moral, que se foda a lei”, indicando que ele construiu sua própria ética a partir das decepções e experiências pessoais.

O contexto da música revela um processo de amadurecimento. LetoDie compara o “Leto dos 18” ao de 28 anos, reconhecendo mudanças de prioridades e uma maior dureza diante da vida. A repetição da dúvida “se humanos não são o pior erro de Deus” traz uma reflexão existencial sobre a natureza humana, especialmente diante da maldade e do sofrimento. Mesmo assim, o artista se coloca como protetor dos que ama, disposto a se sacrificar, mas sem demonstrar fragilidade em público. Isso evidencia a pressão interna de manter a força, mesmo quando a mente está em conflito e a insônia é constante. "Humanos" retrata, assim, a luta diária para não sucumbir, mostrando que, para LetoDie, a resiliência é uma escolha solitária e dolorosa.