World Class Sinner / I'm a Freak

Empoderamento e provocação em “World Class Sinner / I'm a Freak”

“World Class Sinner / I'm a Freak”, interpretada por Lily-Rose Depp, assume de forma direta a sexualidade e o poder de escolha da protagonista Jocelyn, personagem central da série “The Idol”. O verso “I do what I want / Don't give a fuck at all” (“Eu faço o que quero / Não dou a mínima”) evidencia a recusa de Jocelyn em se submeter às expectativas dos outros, reforçando sua postura de controle sobre a própria narrativa, mesmo diante da pressão e exploração da indústria musical – um dos temas principais da série.

As referências explícitas a práticas sexuais e dominação, como “get down on your knees and get ready to become my bitch” (“fique de joelhos e se prepare para virar meu brinquedo”) e “whip and chains” (“chicote e correntes”), vão além da provocação: elas expõem o jogo de poder e desejo, invertendo papéis tradicionais e mostrando Jocelyn como agente ativa. O título “World Class Sinner” e a repetição de “I'm just a freak” (“Sou apenas uma esquisita”) funcionam como afirmações de identidade, nas quais Jocelyn abraça o estigma e o transforma em força. O trecho “Baby, ain't nothing free / Specially not with me / Better have a bank account / If you wanna see what I'm about” (“Querido, nada é de graça / Principalmente comigo / É melhor ter uma conta bancária / Se quiser saber do que eu sou capaz”) ironiza a objetificação e mercantilização do corpo feminino, ao mesmo tempo em que impõe limites e subverte a lógica de submissão. No contexto da série, a música se torna um hino de empoderamento e uma crítica à hipocrisia e aos jogos de poder do show business.