Dói (part. NIKITO)

Vulnerabilidade e crítica social em “Dói (part. NIKITO)”

Em “Dói (part. NIKITO)”, Link do Zap utiliza referências da cultura pop, como a comparação com o Super Choque, para expressar a intensidade emocional de um toque e a sensação de vulnerabilidade. Logo no início, a música mistura ironia e sinceridade ao abordar como sentimentos podem ser tão impactantes quanto um choque elétrico. O artista também faz uma crítica direta à superficialidade da cena musical atual, especialmente no trecho “Trappers não falam o que sentem / Só fazem som pra hitar no TikTok”, mostrando sua frustração diante da busca por autenticidade em meio à pressão por sucesso e visibilidade nas redes sociais.

A letra revela o isolamento e a dor enfrentados por quem tenta se destacar artisticamente, como em “Na multidão ninguém ouve meus gritos / Mas eu tô gritando”, reforçando o sentimento de solidão mesmo em meio ao público. O uso repetido de “Sempre tô fumando” e “Fumar e fumar e fumar e fumar” aponta para o consumo de substâncias como uma tentativa de escapar das pressões e da fama. A menção à “51” faz referência tanto à cachaça quanto à quantidade de pensamentos e cigarros, sugerindo um ciclo de autossabotagem. O artista ainda mistura referências a Maradona, Restart e Mitski, criando um retrato honesto e contraditório de suas influências e emoções. O refrão “Dói, dói, dói, dói, dói / Quando eu canto tudo que eu sinto” resume a essência da faixa: cantar é doloroso porque expõe feridas, mas é também uma forma de transformar sofrimento em arte e buscar reconhecimento.