Outra Vadia

Solidão e crítica urbana em “Outra Vadia” de Link do Zap

Em “Outra Vadia”, Link do Zap faz uma crítica direta à superficialidade dos relacionamentos e à efemeridade das conexões na vida urbana, especialmente em São Paulo. A repetição da frase “Achei que tinha te trombado na rua / Mas era só outra vadia tão vazia quanto ti” destaca o tom irônico e desiludido do narrador, que percebe as pessoas ao seu redor como figuras intercambiáveis e sem profundidade emocional. O uso do termo “vadia” reforça essa frustração com relações rasas, refletindo o contexto de desapontamento com a falta de autenticidade nas interações cotidianas.

A referência aos “Kebrada Boyz” simboliza a importância da solidariedade e do pertencimento na periferia, mostrando que, mesmo diante de dificuldades como a falta de dinheiro ou comida, existe uma rede de apoio e criatividade que mantém o narrador resiliente. Elementos da cultura pop, como “Rock Lee versus Gaara” e “Baby Metal tocando”, aparecem como válvulas de escape, trazendo intensidade e energia para enfrentar as frustrações do dia a dia. O verso “Eu tô em péssimo estado / Não tô falando da vida, é que eu moro em São Paulo” mistura ironia e crítica social, evidenciando como o ambiente urbano afeta o estado emocional do narrador. No refrão, a frase “Alguém vai ter que chorar pros moleque rir” revela uma visão realista e dura da vida, onde a alegria de uns pode depender da tristeza de outros, reforçando o tom direto e urbano da música.