Halfway Right

Reflexão sobre vícios e autossabotagem em "Halfway Right"

"Halfway Right", do Linkin Park, explora de forma direta a luta interna de Chester Bennington com o vício e a autossabotagem. A imagem de "acordar dirigindo meu carro" após uma noite de excessos vai além do literal, simbolizando a sensação de perder o controle da própria vida, algo que Chester relatou em diversas entrevistas. O verso "I scream at myself / When there's nobody else to fight" (Eu grito comigo mesmo / Quando não há mais ninguém para brigar) revela um conflito interno intenso, mostrando que a batalha já não é mais contra o mundo, mas contra si mesmo, refletindo o ciclo de arrependimento e autocrítica que marcou sua trajetória.

A música revisita memórias de experiências autodestrutivas, como em "Used to get high with the dead end kids / Abandoned houses where the shadows live" (Costumava ficar chapado com os garotos sem futuro / Casas abandonadas onde vivem as sombras). Essa referência ao passado de Chester, cercado por vícios e amizades em ambientes marginais, reforça o sentimento de isolamento e a busca por pertencimento. O refrão "I don't lose, I don't win, if I'm wrong / Then I'm halfway right" (Eu não perco, eu não ganho, se estou errado / Então estou parcialmente certo) expressa a sensação de estar preso em um limbo emocional, sem vitória ou derrota, apenas dúvidas e paralisia diante das próprias escolhas. O conselho repetido de "slow down" (vá mais devagar), ignorado até ser tarde demais, funciona como um alerta não ouvido, intensificando o tom melancólico e introspectivo da canção. "Halfway Right" se destaca pela honestidade ao retratar as consequências do vício e a dificuldade de romper padrões destrutivos, mostrando a vulnerabilidade de quem reconhece seus erros, mas ainda se sente perdido.