Rap dos Brainrot

Humor e crítica à cultura digital em “Rap dos Brainrot”

“Rap dos Brainrot”, de Lipinnho, explora de forma bem-humorada o fenômeno do “brain rot”, termo popularizado em 2024 para descrever o efeito do consumo excessivo de conteúdos absurdos e superficiais nas redes sociais. A música se destaca por abraçar o nonsense, trazendo personagens e expressões criadas por inteligência artificial, como “Capuccina”, “Trippi troppa troppa trippa” e “La Vaca saturnita”. Esses elementos são exemplos do chamado “brainrot italiano”, tendência viral que mistura humor pós-irônico, surrealismo e memes sem sentido, refletindo a saturação de conteúdos digitais voltados apenas para o entretenimento caótico.

A letra faz referência direta a memes e expressões virais, como “Tung Tung Sahur”, populares em vídeos do TikTok e típicos desse universo de memes gerados por IA. Ao citar frases como “Mas o tralelero já habita em mim” e “Tão falando que o meme é ruim / Mas se fala isso de novo vai ser ver / Com nós com Junin”, Lipinnho ironiza a defesa apaixonada desses conteúdos, mostrando como eles acabam integrando a identidade de quem os consome. O tom leve e divertido, junto à repetição de nomes e sons sem sentido, reforça a crítica à cultura digital atual, onde o absurdo e o viral se misturam e ganham vida própria. Assim, “Rap dos Brainrot” funciona tanto como celebração quanto como paródia desse universo, mostrando como o “brain rot” virou um estilo de vida para muitos nas redes sociais.