A Felicidade (part. Paulo Jobim)

A Efemeridade da Felicidade em 'A Felicidade' de Lisa Ono

A música 'A Felicidade', interpretada por Lisa Ono com participação de Paulo Jobim, é uma reflexão poética sobre a natureza efêmera da felicidade e a persistência da tristeza. A letra, originalmente composta por Vinícius de Moraes e Tom Jobim, utiliza metáforas delicadas para ilustrar como a felicidade é passageira e frágil, comparando-a a uma pluma levada pelo vento e a uma gota de orvalho que brilha momentaneamente antes de cair.

A canção também aborda a realidade social do Brasil, especialmente a experiência do carnaval. A felicidade do pobre é descrita como uma grande ilusão, um momento fugaz de alegria que se dissipa rapidamente. O carnaval, uma festa que simboliza a alegria e a liberdade, é um exemplo perfeito dessa felicidade temporária. As pessoas trabalham o ano inteiro para viver alguns dias de fantasia, apenas para ver tudo acabar na quarta-feira de cinzas, retornando à rotina e, muitas vezes, à tristeza.

Além das metáforas e do contexto social, a música também toca em aspectos pessoais e íntimos da felicidade. A felicidade do eu-lírico está nos olhos da sua namorada, um sentimento que é comparado à noite que passa em busca da madrugada. Esse trecho sugere que a felicidade é encontrada em momentos de amor e intimidade, mas que também é passageira, como a noite que inevitavelmente dá lugar ao dia. A repetição da frase 'tristeza não tem fim' reforça a ideia de que a tristeza é uma constante na vida, enquanto a felicidade é um estado temporário e frágil.